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A política não é uma ciência exata, mas uma arte.
Otto Von Bismarck
A política, em sua essência mais nobre, sempre foi o espaço do encontro entre ideias, o embate civilizado de projetos e a construção coletiva do futuro comum. Mas o advento das redes sociais — com sua lógica de engajamento, curtidas e alcance — empobreceu esse território. O político já não é mais o tribuno do povo, mas sim uma marca pessoal. E o eleitor, por sua vez, deixou de ser cidadão exigente e participativo, para tornar-se consumidor volúvel de imagens e discursos embalados com verniz publicitário.
As campanhas deixaram os palanques e os comícios de chão batido para se converter em reels, dancinhas, cortes de podcast e frases de efeito que cabem em um story. O conteúdo é moldado não pelo interesse público, mas pelo algoritmo. O que importa não é o que se diz, mas quantas pessoas reagem. Assim, a lógica de mercado impõe seu domínio à política: o político precisa vender-se bem, ser agradável, viralizável. Torna-se uma mercadoria disputando atenção em meio a influenciadores, memes e propagandas de produtos supérfluos.
O dano é estrutural. A política vira entretenimento. A imagem substitui a ideia. O gesto performático anula o compromisso. O “cancelamento” e a “lacração” substituem o debate racional. É a vitória do curto prazo, da emoção volátil, da estética sobre a ética. A estratégia eleitoral se transforma em branding. As alianças, em likes. E a coerência, em risco calculado de engajamento negativo.
Nessa lógica, os partidos se tornam órios e os programas de governo irrelevantes. Pouco importa se o político tem histórico, preparo ou compromisso. Importa se ele sabe performar, se rende no Instagram, se viraliza no TikTok. A arena política vira uma feira, onde cada um disputa seu espaço na vitrine digital. O cidadão, por sua vez, acostuma-se a consumir promessas, slogans e postagens como quem escolhe um refrigerante — pelo rótulo, pelo apelo emocional, pela embalagem.
Perde-se, com isso, o lastro da democracia. O voto, antes expressão de confiança e projeto, torna-se um clique. O eleitor exige pouco e se decepciona rápido. A política, sob o domínio das redes, torna-se descartável, líquida, efêmera.
O desafio que se impõe é resgatar a política de sua servidão ao espetáculo. Reencontrar o sentido do debate, da responsabilidade, do serviço público. A tecnologia é ferramenta, mas jamais pode ser guia. O destino de um povo não cabe em 280 caracteres.