{ "@context": "https://schema.org", "@graph": [ { "@type" : "Organization", "@id": "/#Organization", "name": "Correio do Tocantins", "url": "/", "logo": "/images/1724100549ornalct.png", "sameAs": ["https:\/\/www.facebook.com\/correiodotocantins","https:\/\/instagram.com\/jornalcorreiodotocantins?utm_medium=copy_link"] }, { "@type": "BreadcrumbList", "@id": "/#Breadcrumb", "itemListElement": [ { "@type": "ListItem", "position": 1, "name": "Correio do Tocantins", "item": "/" }, { "@type": "ListItem", "position": 2, "name": "Pulso & Palavra", "item": "/ver-coluna/56/pulso-palavra" }, { "@type": "ListItem", "position": 3, "name": "O Corvo e o Carneiro - Correio do Tocantins" } ] }, { "@type" : "Website", "@id": "/coluna/146/o-corvo-e-o-carneiro#Website", "name" : "O Corvo e o Carneiro - Correio do Tocantins", "description": "Sobre aqueles que nos protegem do perigo... inventando-o primeiro", "image" : "https://img.cmswebsg.com.br/correiodotocantins-br.diariodetocantins.com/image?src=/images/colunas/146/06044529_06043732_I.jpeg&w=1200&h=630&output=jpg", "url" : "/coluna/146/o-corvo-e-o-carneiro" }, { "@type": "NewsMediaOrganization", "@id": "/coluna/146/o-corvo-e-o-carneiro#NewsMediaOrganization", "name": "Correio do Tocantins", "alternateName": "Correio do Tocantins", "url": "/", "logo": "", "sameAs": ["https:\/\/www.facebook.com\/correiodotocantins","https:\/\/instagram.com\/jornalcorreiodotocantins?utm_medium=copy_link"] }, { "@type": "NewsArticle", "@id": "/coluna/146/o-corvo-e-o-carneiro#NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "WebPage", "@id": "/coluna/146/o-corvo-e-o-carneiro" }, "headline": "O Corvo e o Carneiro - Correio do Tocantins", "description": "Sobre aqueles que nos protegem do perigo... inventando-o primeiro", "image": ["https://img.cmswebsg.com.br/correiodotocantins-br.diariodetocantins.com/image?src=/images/colunas/146/06044529_06043732_I.jpeg&w=1200&h=630&output=jpg"], "datePublished": "2025-04-06T15:31:00", "dateModified": "2025-04-06T15:31:00", "author": { "@type": "Person", "name": "correiodotocantins-br.diariodetocantins.com", "url": "/" }, "publisher": { "@type": "Organization", "@id": "/#Organization", "name": "Correio do Tocantins", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "", "width": 600, "height": 600 } } } ] }
Nas margens tranquilas de um bosque antigo, onde o tempo parecia se estender como uma brisa lenta entre os galhos, vivia um carneiro simples, satisfeito com a rotina e o silêncio. Tinha o que precisava: pasto farto, sombra amiga e o conforto de um rebanho que se movia como um corpo só — sem pressa, sem medo.
Até que, numa tarde qualquer, um corvo pousou em um galho próximo, com olhos de alarme e voz urgente:
— Carneiro! Vi vultos entre as árvores! Algo se aproxima... tens de fugir!
O carneiro olhou, mas nada viu além das folhas. Ainda assim, sentiu o frio súbito da dúvida — aquele tipo de dúvida que, uma vez plantada, cresce como trepadeira. E o corvo, vendo o efeito, insistiu:
— Vem comigo. Não há tempo para alertar os outros. Eu sei o caminho seguro.
E o carneiro foi. Aos poucos, afastou-se dos seus, do seu chão, da sua rotina. Deixou para trás o pasto e seguiu o corvo, que saltava de galho em galho como quem guia — mas não revela. E quanto mais caminhavam, mais longe o lar ficava. E quanto mais longe, mais difícil era voltar.
— Já não devíamos retornar? — perguntou, já inquieto.
— Agora é tarde. Foste o único salvo — mentiu o corvo, que já não tinha urgência na voz, mas controle.
Quando o sol desapareceu por completo, chegaram a uma ravina estreita, cercada de rochas e silêncio. O corvo pousou na entrada, como uma sentinela.
— Aqui estarás seguro. Mas daqui não saíras sem mim.
Foi então que o carneiro entendeu: o perigo nunca estivera no bosque. O perigo era aquele que o convencera a fugir. O corvo não o protegera — o corvo o tomara para si. Com promessas de cuidado, conquistara-lhe a obediência. Com medo, moldara-lhe a vontade.
Moral da história:
Cuidado com os que surgem para te proteger, afastando-te primeiro dos teus e dos teus juízos. O manipulador raramente se impõe com força — antes, se insinua com zelo. O falso amigo não se apresenta como inimigo, mas como quem sabe o que é melhor para ti. Em nome do teu bem, ele te isola, te conduz, te molda — até que já não restem outros conselhos além do dele.
Seja no amor, na amizade ou na política, o método é o mesmo: inventar o perigo para vender a salvação. Tornar-se indispensável plantando dependência. O lobo pode usar pele de cordeiro, mas o corvo usa a palavra.
Preserva, pois, tua capacidade de perguntar. Teu senso crítico, por mais modesto que seja, é abrigo mais seguro que a eloquência de um corvo.